quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Os contos de fadas não existem

Isto de embarcarmos nos nossos sonhos não é fácil quando o fazemos já em idade adulta.
A velha máxima de que, quando não experienciamos vivências na idade certa, obrigamo-nos a passar "vergonhas" por as vivermos extemporaneamente, assenta como uma luva em quase tudo na vida.
Assumirmos um sonho em idade adulta, com filhos para criar, comida para pôr na mesa, compromissos a observar, não é fácil. Tudo foge, tudo parece inalcançável, quase impraticável e, acima de tudo irreal, um sonho...
Sendo certo que todas estas condicionantes (e mais um milhão doutras tantas) nos toldam o espírito aventureiro, também é certo que, com o miúdo certo ao nosso lado tudo pode parecer mais simples, mais exequível. Na presença daquele que te incentiva a perder um domingo inteiro em família para ires a uma formação, que te empurra a trabalhar com material melhor, que te apoia incondicionalmente e te admira, o acanhamento do teu espírito aventureiro transforma-se num furacão de esperança e num “vai sem medos”, num “vai ao que gostas de peito feito”, logo se vê!
O medo é muito. A insegurança, demasiada. A expectativa acelera o batimento cardíaco. A noção das fragilidades impediu desde cedo o desejo de assumir esta paixão. Mas a esperança e a perseverança, essas estiveram sempre aqui.
Por tudo isto incentivo as minhas filhas a agarrarem os seus sonhos de unhas e dentes cerrados, até ficarem desdentadas e com as unhas rasas aos sabugos, e até que a mãe e o pai percam as forças. Nunca as deixarei desistir do que realmente querem, do que realmente e verdadeiramente amam e do que gostariam de ser, nem que isso não lhes traga o pão para mesa (a minha mesa é grande e a sopa pode sempre levar mais água!). Porque daqui a uns anos pode ser tarde, pode ser bem mais difícil do que é no inicio, pode ser adiado inúmeras vezes... e tudo poderá, eventualmente até, desvanecer.


Aqui cabem todos os sonhos do mundo, cumpre-nos ajudá-los a despertar.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Quando perdi o medo de voar

Desde muito cedo a fotografia me faz sonhar.
Por aqui partilharei pedaços do sonho a que me aventuro aos 40 anos e tentarei explicar o porquê de ter mudado (parcialmente) o rumo das minhas expectativas de vida.